"......Na escuridão iluminada pela tempestade, as pérolas de suor e os pingos de chuva no seu braço eram como estrelas brilhando, e a sua pele era como um palmo de céu nocturno. Apertei os lábios contra o céu e lambi as estrelas. Ela conduziu o meu corpo para o seu, e cada gesto foi um encantamento. A nossa respiração era como o mundo inteiro entoando orações. O suor corria em regatos para desfiladeiros de prazer. Sob o manto aveludado da ternura, os nossos corpos abraçaram-se num fogo que fazia tremer, forçando os músculos a concretizar o que a mente desejara. Eu era dela. Ela era minha. O meu corpo era a sua carruagem e ela dirigia-o para o sol. O corpo dela era o meu rio, e eu tornei-me o mar. E o gemido que juntou os nossos lábios, no fim, era o mundo de esperança e dor que extasia os amantes e inunda as suas almas de felicidade.
O silêncio calmo e suave das nossas respirações, depois, estava desprovido de necessidade, de querer, de fome, de dor e de tudo o resto à excepção da pura e inefável perfeição do amor."
Shantaram
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