Ninguém me foi tão próximo. Ninguém me escapou tanto.
Como foi que constantemente nos encontrámos e nos perdemos?
Manuel Alegre
quinta-feira, 5 de junho de 2014
Sucessão de nadas - Pedro Chagas Freitas
Bastava
que ela me dissesse: vamos. E eu iria. Não sei para onde. Não imagino
para onde. Mas iria. Feliz como nunca. Feliz como estou feliz sempre que
estou com ela. Vamos, diria ela, nos meus sonhos mais utópicos. E eu
iria. Mas não vou. Ela não diz. Ela não diz nada e eu vou aguentando
esta sucessão de nadas que tento transformar em tudo.
Pedro Chagas Freitas
Pedro Chagas Freitas
Saudade - Clarice Lispector
"Saudade
é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a
saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra
pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira
é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida."
Lispector , Clarice
Lispector , Clarice
Não se destrói a pessoa que se ama - Anatomia de Grey
“Não
a amavas. Apenas não querias estar sozinho. Ou talvez, talvez ela te
fizesse bem ao ego. Ou talvez ela te fizesse sentir melhor acerca da tua
vida miserável, mas não a amavas, porque não se destrói a pessoa que se
ama.”
Anatomia de Grey
Anatomia de Grey
Não tenhas medo - Pedro Paixão
"Foi
logo no primeiro beijo que me entreguei e me perdi. Tu não tens culpa
de nada, sossega. Tu chegaste muito tarde, só agora. E o primeiro beijo
foi há muito. Não espero nada. Nem em sonhos. A única coisa que acontece
é isto continuar sem que eu saiba como, e eu sei que nem o teu amor, se
ele existisse, me poderia salvar. Eu não preciso de ti. Eu só preciso
de ti. Não tenhas medo."
Pedro Paixão
Pedro Paixão
Isto pode durar para sempre - in Anatomia de Grey
“E
se aprendemos que precisamos de amor e depois não o temos? E se
gostamos disso? E se nos apoiamos nisso? E se construímos a nossa vida
em torno disso e depois tudo se desmorona? Conseguimos sobreviver a esse
tipo de dor? Perder o amor é como uma lesão num orgão. É como a morte. A
única diferença é que a morte termina. Isto...? Isto pode durar para
sempre.”
in Anatomia de Grey
in Anatomia de Grey
Estimo bem que tu te fodas - Pedro Chagas Freitas
Escrevo-te para te dizer que estimo bem que tu te fodas.
Quem consegue amar em duplicado não ama ninguém. Quem consegue dividir o amor não merece que me multiplique em nome dele.
Ou se ama tudo ou é uma merda de nada.
Dizes que há que perceber o amor para perceber o que amas. E eu não percebo. O que se ama, lê com atenção, não se percebe – é essa, provavelmente, a grande dificuldade de entendimento entre nós. Tu queres que eu perceba o que só se sente e eu quero que tu sintas o que só consegues perceber.
Quando se ama com a cabeça não se ama coisa nenhuma.
Há uma outra mulher no teu caminho, uma outra mulher a resgatar os teus braços. Pedes que compreenda, pedes que entenda que há que ser altruísta para pode armar.
E eu estimo bem que tu te fodas.
Não sei para que existe a palavra egoísmo se já existe a palavra amor.
Amar é singular. Singular. Lê bem: singular. Único. Só um. Só aquele. Só o que ocupa tudo e não deixa nem um fiozinho de fora, nem uma migalhinha à vista. Fiz-te singular e fizeste-me plural. É isso o que nos separa. É uma questão de gramática, de matemática, até. Mas até o amor merece que todas as contas sejam feitas. E no final o resultado de eu + tu é eu sem nada. Eu dolorosamente e ainda assim orgulhosamente sem nada.
Antes mulher solitária do que totó solidária.
Não te partilho com ninguém. Não me partilho com ninguém. Quando sou, sou por inteiro, quando sou, sou eu inteira no que me vem inteiro. E tantas vezes já te disse nunca e depois voltaste e eu voltei. Não me considero fraca por ainda acreditar que voltas, que voltarás mais uma vez, com esse olhar que me despe do mundo e me dá a vida. E quando voltares vais dizer «vem, que hás só tu». E tudo o que peço, tudo o que desde sempre te peço, é isso: que haja só eu. Que seja só eu. «Vem, hás só tu», dirias, e todo o meu corpo se abriria para te deixar entrar, e o abraço aconteceria e todos os sofrimentos fariam sentido.
Amar é saber que até os sofrimentos podem fazer sentido.
Não voltaste. Ainda não voltaste. E parece que desta vez foi de vez. Estarás vendido entre os outros braços das outras mulheres que te aceitam em pedaços. E eu aqui estou, em pedaços mas inteira, à espera de que percebas que isto que nos une é um privilégio tão grande que tem de exigir exclusividade. Se não voltares, não te preocupes comigo. Vou continuar a mesma apaixonada de sempre no lugar de sempre, à espera do homem de sempre. Até que chegue, lentamente, alguém que me ensine a desprogramar-te de mim, a diluir tudo o que tenho de ti por dentro do que me sustém. Até lá serei tua e ninguém terá sequer o direito de me olhar em pleno. É essa a minha decisão final. Mas depois da minha decisão final vem a tua. A decisão é tua. Sempre tua.
Ou vens já, ou recuso-te para sempre.
P.S.: Estimo bem que tu te fodas.
E amo-te.
Pedro Chagas Freitas.
Quem consegue amar em duplicado não ama ninguém. Quem consegue dividir o amor não merece que me multiplique em nome dele.
Ou se ama tudo ou é uma merda de nada.
Dizes que há que perceber o amor para perceber o que amas. E eu não percebo. O que se ama, lê com atenção, não se percebe – é essa, provavelmente, a grande dificuldade de entendimento entre nós. Tu queres que eu perceba o que só se sente e eu quero que tu sintas o que só consegues perceber.
Quando se ama com a cabeça não se ama coisa nenhuma.
Há uma outra mulher no teu caminho, uma outra mulher a resgatar os teus braços. Pedes que compreenda, pedes que entenda que há que ser altruísta para pode armar.
E eu estimo bem que tu te fodas.
Não sei para que existe a palavra egoísmo se já existe a palavra amor.
Amar é singular. Singular. Lê bem: singular. Único. Só um. Só aquele. Só o que ocupa tudo e não deixa nem um fiozinho de fora, nem uma migalhinha à vista. Fiz-te singular e fizeste-me plural. É isso o que nos separa. É uma questão de gramática, de matemática, até. Mas até o amor merece que todas as contas sejam feitas. E no final o resultado de eu + tu é eu sem nada. Eu dolorosamente e ainda assim orgulhosamente sem nada.
Antes mulher solitária do que totó solidária.
Não te partilho com ninguém. Não me partilho com ninguém. Quando sou, sou por inteiro, quando sou, sou eu inteira no que me vem inteiro. E tantas vezes já te disse nunca e depois voltaste e eu voltei. Não me considero fraca por ainda acreditar que voltas, que voltarás mais uma vez, com esse olhar que me despe do mundo e me dá a vida. E quando voltares vais dizer «vem, que hás só tu». E tudo o que peço, tudo o que desde sempre te peço, é isso: que haja só eu. Que seja só eu. «Vem, hás só tu», dirias, e todo o meu corpo se abriria para te deixar entrar, e o abraço aconteceria e todos os sofrimentos fariam sentido.
Amar é saber que até os sofrimentos podem fazer sentido.
Não voltaste. Ainda não voltaste. E parece que desta vez foi de vez. Estarás vendido entre os outros braços das outras mulheres que te aceitam em pedaços. E eu aqui estou, em pedaços mas inteira, à espera de que percebas que isto que nos une é um privilégio tão grande que tem de exigir exclusividade. Se não voltares, não te preocupes comigo. Vou continuar a mesma apaixonada de sempre no lugar de sempre, à espera do homem de sempre. Até que chegue, lentamente, alguém que me ensine a desprogramar-te de mim, a diluir tudo o que tenho de ti por dentro do que me sustém. Até lá serei tua e ninguém terá sequer o direito de me olhar em pleno. É essa a minha decisão final. Mas depois da minha decisão final vem a tua. A decisão é tua. Sempre tua.
Ou vens já, ou recuso-te para sempre.
P.S.: Estimo bem que tu te fodas.
E amo-te.
Pedro Chagas Freitas.
quarta-feira, 4 de junho de 2014
Amar é, sempre, sem querer - Pedro Chagas Freitas
Chamam-lhe beleza. Ou então fascínio. Mas é,
na verdade, apenas uma espécie de carinho de olhar. Como se os olhos
apertassem. Como se os olhos abraçassem. Uma ternura entre olhos. Como
se beijar fosse sem lábios e abraçar fosse sem braços. Como se amar
fosse sem tocar. Como se querer fosse sem querer. E é. Na realidade é.
Amar é, sempre, sem querer. Quero-te na exacta medida em que não te
quero. Quero-te como se quer aquilo que se quer sem querer. Pode parecer
confuso. Mas não é. É amor.
Pedro Chagas Freitas
Pedro Chagas Freitas
Amizade entre um homem e uma mulher - Nietzsche
"Uma mulher pode muito bem tornar-se amiga de
um homem; mas para manter essa amizade - para isso é necessária talvez
uma pequena antipatia física."
[Friedrich Nietzsche. In: Humano, Demasiado Humano]
[Friedrich Nietzsche. In: Humano, Demasiado Humano]
Renovação - Nietzsche
“Como quereria renovar-te sem primeiro reduzir-te a cinzas?”
Friederich Nietzsche, no livro Assim falou Zaratustra.
Friederich Nietzsche, no livro Assim falou Zaratustra.
Renovação - Nietzsche
“Como quereria renovar-te sem primeiro reduzir-te a cinzas?”
Friederich Nietzsche, no livro Assim falou Zaratustra.
Friederich Nietzsche, no livro Assim falou Zaratustra.
Envelhecer - Nietzsche
“Nuns envelhece primeiro o coração, noutros a inteligência.”
Friederich Nietzsche, no livro Assim falou Zaratustra.
Friederich Nietzsche, no livro Assim falou Zaratustra.
terça-feira, 3 de junho de 2014
Lembrar ou esquecer - Miguel Esteves Cardoso
"O que custa mais não é tanto lembrar — é não
esquecer. O que é que se faz com o que nos fica na cabeça, quando já não
há nada para fazer?"
[Miguel Esteves Cardoso]
[Miguel Esteves Cardoso]
Os Diários de Sylvia Plath
"(...) Antes de entregar meu corpo eu devo
entregar os meus pensamentos, minha mente, meus sonhos. E você não
estava tendo nada disso.
Há muita dor nesse jogo de procurar por um parceiro, de testar, tentar. E você percebe, de repente, que você se esqueceu que era um jogo e desaba em lágrimas."
Trecho de carta de Sylvia Plath para Eddie Cohen, em Os Diários de Sylvia Plath.
Há muita dor nesse jogo de procurar por um parceiro, de testar, tentar. E você percebe, de repente, que você se esqueceu que era um jogo e desaba em lágrimas."
Trecho de carta de Sylvia Plath para Eddie Cohen, em Os Diários de Sylvia Plath.
As dores do mundo - Schopenhauer
Sentimos a dor, mas não a ausência da dor;
sentimos a inquietação, mas não a ausência da inquietação; o temor, mas
não a segurança. Sentimos o desejo e o anelo, como sentimos a fome e a
sede; mas apenas satisfeitos, tudo acaba, assim como o bocado que, uma
vez engolido, deixa de existir para a nossa sensação.
Em As Dores do Mundo, de Arthur Schopenhauer
Em As Dores do Mundo, de Arthur Schopenhauer
Coração de Ferro - Saramagp
" Se tens um coração de ferro, bom proveito.
O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia."
José Saramago
O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia."
José Saramago
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