quinta-feira, 31 de julho de 2014
domingo, 27 de julho de 2014
Porta batida, palavra dita - PCF
Porta batida.
Palavra dita.
A porta batida e a palavra dita não têm retorno possível. Está batida a porta, está dita a palavra. Não há como voltar atrás. É claro que é possível abrir de novo a porta - mas isso já não é voltar atrás na porta batida; é, apenas, reabrir a porta.
Mas ela bateu.
A imagem da porta a bater, o barulho da porta a bater, já não pode ser apagado. Está lá dentro, dentro da memória. Existiu e vai continuar a existir - nada o apagará.
E a palavra dita. Como regressar de uma palavra dita? "Desculpa." Desculpa é um bom começo. Pode minorar os estragos, fazer com que seja possível sobreviver por entre os cacos que a palavra dita provocou. Mas, tal como a porta batida, a palavra dita aconteceu. Existiu. Foi dita e ouvida. Foi dita e sentida. Foi dita e guardada. Pode estar num espaço contíguo ao que faz os passos, um atrás do outro, acontecerem. Mas pode também - é mesmo o máximo que cada um pode fazer para aguentar sobre a palavra dita - ser empurrada para um armazém esconso: para os calabouços do que guardamos em nós.
Porta batida.
Palavra dita.
In Sexus Veritas
Sofrer - Pedro Chagas Freitas
Sofrer é o Salário Mínimo Existencial. Sofrer é o Rendimento Mínimo Existencial. Quando nasces, não sabes se vais rir, amar ou cantar; nem sequer sabes se vais casar, enganar ou mentir. Mas sabes que vais sofrer. Aprender a sofrer é aprender a viver: a suportar o sofrer que viver traz. E suportar o sofrer que viver traz é estar pronto, aí sim, para aproveitar tudo o que não seja sofrer. Um pássaro a cantar, uma rã a saltar, um sol a aquecer, um banco de jardim onde sentar, uma criança a brincar. Aprender a sofrer é conseguir fazer disso o por fora do sofrer. E aprender, assim, a fazer de tudo o que é por fora do sofrer o que vale a pena viver. Viver feliz é tentar, todos os dias tentar, aprender a sofrer.
Todos os sofrimentos são úteis.
Sofrer: momento em que percebes que tudo o que te está destinado é tentar.
quarta-feira, 2 de julho de 2014
PCF - a grandeza de um homem
A grandeza de um homem mede-se, amiúde, pela capacidade de rir para os outros quando está a chorar para si.
In Sexus Veritas
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